Entrei no “metro” na estação do Marquês de Pombal. Contrariando a minha vivência diária “normal”, eu estava com pressa pois tinha apenas 15 minutos para chegar ao meu “ponto de encontro”.
Encostei-me à porta oposta à da entrada e perdi-me no cultivo dos meus pensamentos… Entretanto, pelo canto do olho esquerdo, chamou-me à atenção um indivíduo dos seus 30 anos, de fato e gravata, que falava e gesticulava para um jovem de “t-shirt” que ia ao seu lado.
Não ouvi o que dizia o homem de fato e gravata (pois… é “feio” ouvir as conversas dos outros…), mas achei estranho que o seu interlocutor, o tal jovem da “t-shirt”, não reagisse, mesmo que por gestos, e desviasse ostensivamente o olhar do “orador”.
Achei ainda mais estranho, que o homem de fato e gravata fosse dando um passo à frente, rodopiasse e voltasse ao ponto de partida, como numa dança ritual, sempre a falar e a gesticular. E foi então, numa dessas piruetas, que eu vi pendendo do ouvido do “orador”, um fio negro do “kit mãos-livres” do telemóvel! Afinal, o homem de fato e gravata estava, desde o início, a falar com alguém através do telemóvel e não com o vizinho do lado!
CONCLUSÃO:
Nem tudo o que parece é… Por isso, é necessário observar bem as várias vertentes da realidade antes de tirarmos conclusões!
E, às vezes, as novas tecnologias fazem-nos assumir cada papel(ão)…
AS NOVAS TECNOLOGIAS II
Entrei no “metro” na estação do Marquês de Pombal. Contrariando a minha vivência diária “normal”, eu estava com pressa pois tinha apenas 15 minutos para chegar ao meu “ponto de encontro”.
Encostei-me à porta oposta à da entrada e perdi-me no cultivo dos meus pensamentos… Entretanto, pelo canto do olho esquerdo, chamou-me à atenção um indivíduo dos seus 30 anos, de fato e gravata, que falava e gesticulava para um jovem de “t-shirt” que ia ao seu lado.
Não ouvi o que dizia o homem de fato e gravata (pois… é “feio” ouvir as conversas dos outros…), mas achei estranho que o seu interlocutor, o tal jovem da “t-shirt”, não reagisse, mesmo que por gestos, e desviasse ostensivamente o olhar do “orador”.
Achei ainda mais estranho, que o homem de fato e gravata fosse dando um passo à frente, rodopiasse e voltasse ao ponto de partida, como numa dança ritual, sempre a falar e a gesticular. E foi então, numa dessas piruetas, que eu vi pendendo do ouvido do “orador”, um fio negro do “kit mãos-livres” do telemóvel! Afinal, o homem de fato e gravata estava, desde o início, a falar com alguém através do telemóvel e não com o vizinho do lado!
CONCLUSÃO:
Nem tudo o que parece é… Por isso, é necessário observar bem as várias vertentes da realidade antes de tirarmos conclusões!
E, às vezes, as novas tecnologias fazem-nos assumir cada papel(ão)…
Estava eu, tranquilo e ledo, a almoçar num daqueles self-service com preço fixo por pessoa, quando reparei num homem, dos seus 40 anos que, na mesa próximo da minha, gesticulava, animadamente, para o seu copo de cerveja, junto ao prato…
«Algo de muito estranho se passa com este meu “vizinho” para “ralhar” assim com o copo…», pensei eu, entre duas garfadas de peixe escalado e grelhado.
Entretanto, terminei o meu peixe e levantei-me para ir buscar uma peça de fruta ao balcão. Ao regressar, passei pela mesa do comensal gesticulador e, oh espanto!, encostado ao copo de cerveja encontrava-se um “smartphone” onde era visível a imagem de alguém, também gesticulando!
Afinal, o meu estranho vizinho de mesa utilizava a língua gestual para comunicar com outra pessoa, “ao vivo e a cores”, através de videochamada… Eventualmente, um ou os dois interlocutores eram surdos, daí a língua gestual que eu não decifrara…
Na realidade, as novas tecnologias, produzidas de forma sustentável e bem utilizadas, podem abrir-nos novos “mundos” antes fechados e derrubar “barreiras” que nos separam dos outros.